Há quem pede demissões por erros anedóticos e facilmente solucionáveis, e ainda por cima numa associação que, pois, é uma iniciativa privada. Porém, cuido que resulta mais grave o que acontece numa instituição de interesse público (ao menos na teoria), com faculdades reconhecidas polo Estatuto de Autonomia (e que não cumpre como é devido). Refiro-me à Real Academia Galega, onde um dos seus académicos não usa a norma que propugna a entidade.
Num recente artigo, o académico Xosé Luís Méndez Ferrín (ou José Luis Méndez Ferrín, que é como aparecia nas listas das últimas eleições galegas) evidencia que ou bem não conhece a norma que aprovou a instituição da que ele formava parte já em 2003, ou bem que não tem interesse em usá-la. Resulta especialmente grave isto quando os isolacionistas criticam habitualmente que a existência de duas ou mais normativas é um problema para o galego.
No artigo ferriniano temos, entre outras, as seguintas desviações da norma:
- dictador (ditador)
- rector (reitor)
- destrucción (*destrución)
- lealtade (lealdade)
- pro (*pero)
- graus (*graos)
- asistir á (*asistir a)
Também aparece alguma cousa estranha, como acordó (por acordo), pensó (por penso) ou retirarle (por *retirarlle) talvez consequências de Ferrín ter configurado em espanhol o seu processador de textos ;)? E ainda outras esquisitices como omnoímodo (por, talvez, omnímodo?).