Há quem pede demissões por erros anedóticos e facilmente solucionáveis, e ainda por cima numa associação que, pois, é uma iniciativa privada. Porém, cuido que resulta mais grave o que acontece numa instituição de interesse público (ao menos na teoria), com faculdades reconhecidas polo Estatuto de Autonomia (e que não cumpre como é devido). Refiro-me à Real Academia Galega, onde um dos seus académicos não usa a norma que propugna a entidade.
Num recente artigo, o académico Xosé Luís Méndez Ferrín (ou José Luis Méndez Ferrín, que é como aparecia nas listas das últimas eleições galegas) evidencia que ou bem não conhece a norma que aprovou a instituição da que ele formava parte já em 2003, ou bem que não tem interesse em usá-la. Resulta especialmente grave isto quando os isolacionistas criticam habitualmente que a existência de duas ou mais normativas é um problema para o galego.
No artigo ferriniano temos, entre outras, as seguintas desviações da norma:
- dictador (ditador)
- rector (reitor)
- destrucción (*destrución)
- lealtade (lealdade)
- pro (*pero)
- graus (*graos)
- asistir á (*asistir a)
Também aparece alguma cousa estranha, como acordó (por acordo), pensó (por penso) ou retirarle (por *retirarlle) talvez consequências de Ferrín ter configurado em espanhol o seu processador de textos ;)? E ainda outras esquisitices como omnoímodo (por, talvez, omnímodo?).
Comentários
8 comentários a “ESCÂNDALO! O académico Ferrín não usa a norma da RAG”
E “daño” também!
Eu pergunto: seria admissível em qualquer país do mundo que um académico e ’eminente’ escritor como este escrevesse com tantos erros e desvios?
Sim que é bem raro (norte por morte duas vezes, comas mal postas). Quando o lera em L OPIN já me estranhara muito.
Mire…
e digo eu…
e por que non analiza as INNUMERABLES gralhas, incoherencias e trapalhadas que escriben nos seus textos reintegratas de recoñecido prestixio e non tanto? porque exemplos de mesturas estrañas galego-portugués=español hainas a moreas entre os reintegratas…
vai con cariño, pero
para min é moito máis grave (e máis traizón á lingua) escribir “fez” (en lugar de “fixo” -ou “fijo”, en todo caso-) que calquera das patadiñas que meteu aí o señor méndez ferrín. de feito, a maioría das formas que vostede condena eran admisibles antes da reforma pro-reintegrata de 2003.
non sufran tanto, que lles vai dar un síncope 😀
Aaaaai, Alema! Que andas a avaliar-nos com dous critérios bem diferentes, ho! 😉
NOTA: escrever “fez” não é qualquer traição à língua.
onde dixen UN síncope
quería dicir UNHA síncope
😉 😛
Home, certamente que escrever “fez” nom é traiçom nengumha à língua, na Galiza é um arcaísmo (no resto da Lusofonia é o padrom), mas poderia ser outra forma (o outro extremo do continuum) de autofóbia. Ou, afinal nom existe construçom nacional própria, quer militam (sic) no espanholismo mole ou duro, quer militam no antiespanholismo mole ou duro.
Grato polas vossas opiniões 🙂