Escrevo estas linhas quase 12 horas depois do fim da manifestação de Galicia Bilingüe em Compostela e dos diversos actos de protesto. O orgulho e a indignação roem-me a partes iguais, e mália ao tempo que se passou, os sentimentos encontrados seguem batendo juntos na minha cabeça. Daí que procurarei diseccioná-los e expô-los o melhor possível, por separado. Eis o meu pequeno mosaico do dia de hoje.
1) Galicia Bilingüe, o colectivo galegófobo e um dos inimigos número 1 do galego, fracassou, porque mesmo apesar de todos os apoios (políticos, económicos, mediáticos), e mesmo apesar de trazerem dúzias de pessoas de fora da Galiza, nem sequer encheu a praça da Quintã. Sendo generoso, 4.000 pessoas acudiram para esse exercício de auto–felação auto-complacência (intelectual mental) colectiva. Agora botam peito jogando ao baile de cifras, mas nós ao contrário do que eles sim temos experiência em sairmos à rua luitarmos polos nossos direitos, e temos bem calculada a capacidade da Quintã.
2) As formas de protesto escolhidas polo independentismo passaram da inconsciente paciência estoica de alguns amigos de Agir e Nós-UP (alguns parece que tenho, sim) à mais genuína violência por imitação da intifada ou da kale borroka. Os meus parabéns (mas com puxões de orelhas) para os primeiros e todo o meu desprezo para os segundos, que com a sua atitude provocaram que alguns dos primeiros acabassem no hospital ou na comisaria, por não falarmos em que presentaram Galicia Bilingüe com capas de jornal e noticiários que não mereciam.
3) A brutalidade e arbitrariedade policial esteve patente em todo momento, como provam os testemunhos audiovisuais de diferentes sítios, em especial no GZVídeos, onde podemos ver bestas vestidas de uniforme a perseguirem, baterem e empurrarem perigosos indivíduos vestidos de bispo, toureiro, folcórica espanhola ou mesmo guardia siví… E mesmo bateram e mandaram à comisaria três companheiros de Isca! polo gravíssimo delito de se vestirem de vacas: que cousas… muuuuuu!
4) O ridiculismo, mais uma vez, venceu, porque se na Corunha logrou juntar perto de uma dúzia de pessoas, desta volta em Compostela fomos mais de um cento (há muitas e boas fotografias: quem quiser pode contar-nos :)) Talvez o humor seja o único que venceu no dia de hoje, ainda que daquela maneira…
Comentários
Um comentário a “Galicia Vil-lingüe, brutalidade policial e imbecilidade mediática”
Há motivos para o orgulho, Galeguzo, parabéns.
Brutalidade policial e imbecilidade mediática é que temos, já sabemos. Imos alimentar o vitimismo dessa gente nos meios de comunicaçom? Demonstremos que é gente mal-humorada e, de feito, mui reaccionária. É simples.