O amigo Alema acaba de publicar no seu blogue a primeira parte de um estudo crítico às FAQ do reintegracionismo que recentemente publicou a Gentalha do Pichel. Contrariamente do que se diz por aí, o Alema conhece, e muito, o reintegracionismo, ou ao menos mais do que a média dos isolacionistas radicais. Possivelmente esse conhecimento esteja influído porque não é tão radical como nos quer fazer ver. Um exemplo da sua cultura reintegrata é o título do artigo, Estudo crítico, em clara analogia com uma das obras mais conhecidas do reintegracionismo. Feita a introdução, vámos à guerra 😀
1) Que é o reintegracionismo?
Hai reintegratas que escriben “umha“, “uma” e ata “ũa“, “relaçons” ou “relações“… e iso por poñer só exemplos que aparecen na frase que define o reintegracionismo. Polo tanto, é falso que o reintegracionismo poida establecer unha norma porque hai xa varias normas a gusto do consumidor… desde as máis supostamente galegas (umha, relaçons) ata as máis portuguesas (relações, uma). […]para min o reintegracionismo gañará credibilidade cando ofreza iso: unha norma e non un freestyle lusófono.
Primeiro seria necessário dizer que o reintegracionismo não tem uma academia que codifique a(s) sua(s) proposta(s) normativa(s)… ou talvez sim :)? Desde que existe reintegracionismo organizado, ou seja, desde que existe a AGAL, somente a Comissom Lingüística desta associação se comportou como o faria uma academia. No entanto, o isolacionismo teve desde sempre um referente, a RAG, auxiliada nas últimas décadas polo ILG. Cumpre lembrar que ambas as duas são organizações subsidiadas e apoiadas polo poder, o qual contribui a assentar as suas propostas e a evitar (ou minorar) o dissenso interno e externo.
Dito isto, não deixa de ser curioso que o isolacionismo oficial caia nos mesmos erros/contradições que o Alema critica do reintegracionismo, movimento heterogéneo e historicamente muito atomizado. A prova mais palpável é a normativa oficialista, que igual que faz a AGAL, admite soluções duplas. Assim, a RAG aceita desde as terminações mais lusistas (como -bel) às mais próximas do castelhano (-ble), e o mesmo acontece permitindo ó e ao, coa e ca… E durante anos permitiu também outro tipo de soluções duplas, como esto e isto, có e que o… Parafrasando o Alema, o isolacionismo ganhará credibilidade quando oferecer uma norma e não um freestyle luso-espanhol.
2) Lusismo é a mesma cousa que reintegracionismo?
Os da Gentalha en esencia din que si, e que “lusismo” é un termo que os defensores dunha lingua autónoma aplican de forma despectiva para referirse aos reintegracionistas. E é curioso que aquí os da Gentalha non recorren á wikipedia, que claramente dá outra versión distinta:
“Enténdese que reintegracionismo é unha posición que pretende ter un achegamento progresivo, en canto lusismo directamente adoptaría a escrita do portugués do Acordo Ortográfico do ano 1990 para representar tamén a oralidade galega, como tamén sucede co resto das oralidades lusófonas”.
Alema, como diabos é que recorres à Wikipédia isolacinionista? 😀 A Wikipédia portuguesa utiliza as duas definições como sinónimas, e mesmo redigire reintegracionismo para lusismo. Em qualquer caso, as definições de Wikipédia termam do que lhes ponham, e hoje dizem uma cousa e amanhã outra. Em qualquer caso, por se mudar, colo aqui a definição que aparece hoje, 21 de Setembro de 2008, às 21:08 (hora galego-portuguesa :D):
E eu xuro que iso era o que tiña entendido: os reintegratas son se cadra máis “moderados” (achegamento progresivo) ca os lusistas, que defenderían unha norma idéntica para o galego e para o portugués. De feito, destacados lusistas definen as normas da AGAL coma un “portunhol 2″, tal e como se recolle neste artigo.
Radicais há em toda a parte, ho. Esses são os chamados mais papistas que o Papa, ou? Tampouco falta quem acusa a RAG de… lusista! 😀
3) Porque às vezes soa tam pouco natural a vossa maneira de falar?
Con esta pregunta da FAQ, sae o lado máis tenro e sincero dalgúns reintegratas. Porque recoñecen que moitos deles teñen orixe urbana, e ata admiten que falan con “sotaque espanhol“. Para min isto xa é un paso de xigante. Eles mesmos admiten que teñen acento español, que falan un galego urbano… O malo é que se odian a si mesmos por iso e pretenden que os demais tamén o fagan. Aí é onde máis discrepamos, obviously.
Acho que aqui cometes um grave erro, assegurando que esta gente se odeia a si própria. Para começar, porque nem todos os reintegracionistas pertencemos ao mundo urbano. E para seguir, porque o processo de ser neo-falante não implica ódio cara um próprio, mas muitas vezes descobrir o próprio país. Nem todos os neo-falantes caem de primeiras no reintegracionismo, mas no isolacionismo. E esse descobrimento vem muitas vezes por convições políticas, amizades, etc.
Din tamén na FAQ que “na oralidade o normal é que as diferenças [co galego estándar] sejam poucas“. E eu digo: adepende ou aseghún. Un día habemos facer un concurso con varios audios para determinar quen fala e quen non fala en reintegrata. Seguro que todos acertamos nun 100%. Unha persoa que fala en verdadeiro reintegrata nunca pode pasar por galegofalante normal, por moito que digan que “respectan a oralidade”.
Homem, se alguém diz “fuegho” por “fogo”, “bueno” por “bom” ou “nación” por “nação”, dificilmente a reconheceremos como reintegrata… e mesmo dificilmente como galego-falante 😀
4) A única preocupaçom do reintegracionismo é a ortografía?
A teima dos reintegracionistas pola ortografía chega a niveis de esperpento en numerosas ocasións, cando renegan a palabras perfectamente asentadas no noso idioma e que non son iguais ca as portuguesas. A definición e o (ab)uso da palabra “castrapo” por parte dos reintegracionistas tamén debería aparecer na FAQ. É unha pena.
É uma teima, mas não uma obsessão. Logicamente é uma preocupação, como em qualquer movimento linguístico. Ainda me negarás agora que na Mesa pola Normalización não se preocupam pola ortografia… Claro que se importam, e muito! Questão diferente é que não o exteriorizem. É normal e natural esta preocupação num movimento que se nalgo se define é pola defesa da língua, e esta abrange muitos campos, entre eles o ortográfico. Mas como bem se diz nas FAQ, a gente reintegracionista faz muitas mais cousas do que discutir sobre ortografia, porque do contrário nem a mensagem reintegracionista teria saído nas universidades, nem os centros sociais se teriam constituído!
Ah! E como xa expresei noutras ocasións. Non dubido do traballo sobre a normalización do idioma que fai o reintegracionismo. O que sucede é que tamén considero que o seu labor pode ser contraproducente na normalización. A xente escapa do que non lle parece propio (neste caso, o portugués) e penaliza as loitas pola norma, que fan da nosa lingua unha carallada, francamente. As linguas tamén son para os non-militantes.
O reintegracionismo vê o galego como um idioma sério, e não como um idiolecto para quatro galeguinhos. A validez dos argumentos do reintegracionismo vemo-los a diário na Mesa, que não faz mais do que copiá-los (e às vezes, bastante mal).
5) O reintegracionismo é umha moda dos últimos anos ou tem tradiçom histórica?
E aquí poñen unha restra de frases sacadas de contexto por parte de notables escritores galegos (Pintos, Murguía, Castelao, Cunqueiro, Risco…). Iso si, todos retranscritos a norma reintegrata, incluídos nomes e apelidos (Antom Vilar-Ponte, Joam-Vicente Biqueira…).
Lembro-che que nos livros de texto isolacionistas aparecem “Xoán Manuel Pintos”, quando ele sempre escreveu “Juan Manuel”. O mesmo se passa com o padre “Feixó” (Feijoo) e outros.
Todo para demostrar que Rosalía, Castelao, etc. en realidade eran reintegratas! Eles, claro, obviamente non poden retrucar porque xa están mortos, pero seguro que hoxe en día fliparían con toda esta movida reintegrata se vivisen (suxiro unha sesión de oui-ja con Castelao inmediatamente!).
Dificilmente podiam ser reintegratas quando isto, como tal, não existia. Mas as suas ideias ou muitas vezes a sua prática escrita sim o eram.
A FAQ tampouco cita que a maioría dos escritores galegos contemporáneos, en plena liberdade para escoller o que lles apeteza, non opta polo reintegracionismo e si pola norma da RAG. E por que? Os reintegracionistas adoitan dicir que é porque son uns “vendidos”.
A afirmação é duplamente falsa. Em primeiro lugar, porque uma pessoa não pode escolher em liberdade sem conhecer as alternativas. Pola outra, porque até onde sei ninguém os chamou de “vendidos”, algo que curiosamente não sucedeu ao invés. O dramaturgo João Guisán Seixas, com uma trajectória cheia de prémios, deixou de recebê-los no momento em que mudou o seu “Xoán” (ou “Xan”) por um “Joám”. Da mudança deste último para “João”, sim recebeu um 😀
Comentários
18 comentários a “Crítica ao estudo crítico da FAQ do reintegracionismo [I]”
ah! que bem falas 🙂 xD
em calquer caso, como dixem no blogue do alema, nom concordo com que lusismo e reintegracionismo sejam o mesmo.
Entendo como lusismo escrever diretamente em português. Coa sua ortografia, o seu vocavulário e as suas expressons. O reintegracionismo vém de reintegrar, volver integrar, voltar a integrar. Estivo o galego algũa vez integrado co atual português? Acho que é claro que nom.
Mesmo penso que o lusismo pode nom ser bom prò reintegracionismo. Alguém que nom entenda de que vai o tema nom vai ver a norma portuguesa como galego, mentres que a reintegrata seguro que a vê máis próxima. Aliás, por que escrever nũa norma que foi feita sem nos ter em conta pra nada? Coido que é milhor termos primeiro a nossa própria norma (ò estilo brasileiro) e despois já buscaremos um acordo co resto da galeguia. Si, si, já sei que é um chisco utópico…
Essa diferenciação entre “lusismo” e “reintegracionismo” não aparecia nos inícios deste movimento, mesmo quando já havia algumas pessoas que escreviam directamente em português padrão (pensemos em Guerra da Cal).
Cuido que a diferenciação é em parte interessada e em parte utilitária. Interessada, por uns para diferenciar-se dos outros e desde fora para dividir algo que já está avondo dividido (mais bem, atomizado). A outra, para diferenciar diferentes tendências ou opções.
Em tempos eu também pensei que o galego precisava uma norma de seu, ou quando menos que tinha direito a isso. Mas alguém disse-me numa ocasião que se já temos a árvore, para quê imos plantar de novo uma semente? Se calhar devíamos adoptar a árvore e chapodar um pouco nela até a deixarmos aqueladinha… O outro, o caminho contrário, vejo-o pouco rendível e com poucas perspectivas de sucesso.
Quando eu “não entendia do tema”, via ambas as duas cousas como sinónimas. Mesmo não via a diferença entre o português padrão e a proposta da AGAL. Eu via num e noutro lado J, Ç, NH, LH, SS… cousas que identificava como português, o qual que causava idêntica rejeição.
resposta conxunta a gerardinho e one2 para alema.org e madeiradeuz.org.
1) O reintegracionismo non é que propoña solucións duplas, senón triplas, cuádruplas, etc. (cousa que non acontece en ningunha lingua seria). E vou poñer só un exemplo: 3ª persoa plural do pretérito perfecto do verbo facer (fazer, para os reintegratas): catro opcións posibles -> fizerom, figerom, fizeram, figeram. Quen se aclara?
2) Vexo que non hai unanimidade sobre se reintegracionismo e lusismo é a mesma cousa. De todos os xeitos, gerardinho. Onde está a liña divisoria entre o reintegracionismo e os máis papistas ca o papa? Alguén debería de trazala.
3) Será cuestión de gustos: eu prefiro a naturalidade do “bueno” fronte á artificialidade do “bom”… A cuestión sobre o “odio a un mesmo” parece que suscitou controversia… Imos ver: un neo-falante, ou unha persoa procedente do castelán que se incorpora ao galego, ao que lle están bombardeando constantemente coa idea de que a norma RAG é castrapo, españolista, etc. ten por forza que acabar asimilando auto-odio… é máis, só hai que escoitar o acento dalgúns reintegratas. É coma se eu vou a Inglaterra, digo que o inglés EUA é de pailáns, e eu mesmo falo en inglés con acento americano. Auto-odio e incoherencia.
4) Vexo que escapan vostedes do argumento principal: é ou non é contraproducente o reintegracionismo na normalización do idioma?
5) Vostede cre que os escritores actuais non coñecen as alternativas? De que me está falando?! Os escritores actuais saben perfectamente de que vai o rollo reintegrata; e os escritores antigos estou seguro que non verían con bos ollos a nosa submisión cega a unha ortografía portuguesa. Ah! Moito ollo con vincular éxito do reintegracionismo con información sobre o reintegracionismo. Vostedes cren sinceramente que non nos dan a vara dabondo? 😀
Com efeito, três e não quatro 😀
Porque são palavras graves que acabam em -om, daí que não se acentuem. Segundo as normas galego-portuguesas, acentuam-se todas as palavras deste tipo salvo as acabadas em -em.
Do mesmo jeito que nas normas isolacionistas há pessoas que cometem erros ao escrever ou não seguem qualquer norma 😀 Segundo o português padrão, “figeram”. Segundo a AGAL, “fizérom” ou “figérom”.
Quando eu estudava galego eram aceites, mas sei lá com tanta mudança… :p
E porquê não te posso chamar de “isolacionista” :D?
Deste no cravo. A falta de oportunidades às que eu acrescentaria a ausência da necessidade. O reintegracionismo já deu saída a ambas as duas carências desde há bem tempo: tecido associativo (como os centros sociais) e lusofonia.
Excelente, porque todos os que citei antes são galegos e reintegracionistas 😀
Ai, Alema, Alema… 😀
Que seu saiba, ningúem propugna “figeram”. Por sua parte, “fizérom” e “figérom” são as propostas da AGAL, enquanto “fizeram” é a forma do português padrão. Se considerarmos a AGAL como a RAG do reintegracionismo (enquanto a AGLP é, por enquanto, mais bem uma enteléquia), só vemos uma solução dupla, igual que a RAG permite “puido” e “pudo”, “poida” e “poda”.
Para os gostos estão as cores 😀
O sotaque de muitos reintegracionistas está castelhanizado, de acordo, é uma evidência. Ora bem, é algo comum a muitos neo-falantes de prática isolacionista. Ora bem, como sabemos, ninguém nasce aprendido, e da noita para a manhã ninguém vai assimilar o sotaque galego: é algo que se adquire com a prática. Não conheço um só reintegracionista que após um período digno (digamos, cinco anos) não tenha demonstrado progressos notáveis na sua fonética, mesmo nos nados em cidades como Vigo ou a Corunha.
No caso de muitos neo-falantes isolacionistas nem sempre se vem tais progressos, talvez pola falta de espaços onde praticarem o galego e/ou a sua fobia aos centros sociais de todo o país (frequentados sobretudo por reintegracionistas).
Para nada. Precisamente os maiores sucessos normalizadores dão-se no âmbito reintegracionista. Os centros sociais estão com frequência na imprensa, sobretudo nas programações culturais. Talvez o mais normalizado seja O Pichel, em Compostela, com presença habitual na Rádio Galega ou no Galicia Hoxe.
São um sucesso também porque disponibilizam espaços para falar galego, que é algo que falta em muitas cidades, sobretudo em pessoas cuja transmissão geracional da língua se rompeu há anos, polo que nem entre a parentela ou amizades têm com quem falar galego. E atopam essa gente nos centros sociais que impulsou o reintegracionismo, e onde os serviços, menus, etc., estão rotulados na normativa da AGAL.
O que faz minguar os falantes do galego é o castelhano/espanhol. A ver se assimilamos essa ideia.
Refiro-me a conhecer a proposta normativa na sua versão prática, e não na teórica. E escritores galegos são também Carlos Quiroga, Mário Herrero Valeiro, João Guisán Seixas, Xavier Alcalá, Henrique Rabunhal, Elvira Souto (os quatro últimos, com obras em isolino e reintegrado), e um longo etc.
Ainda, isso de “os nossos escritores” é algo muito vácuo e idealizado. Quem são os nossos escritores?
1-
mire, que eu saiba o reintegracionismo non condena a quen escribe en portugués padrão, así pois hai mínimo 3 propostas recoñecidas por vostede para “fixeron”… por certo: por que leva til “fizérom” e “fijérom”… é simple curiosidade… porque teño entendido que “fizeram” en portugués non leva… vostede diga o que queira pero para fixeron serve “fizerom”, “fijerom”, “fizeram” e “fijeram”… así aparece en textos reintegratas…
teño entendido que “poda” e “pudo” non son formas admitidas pola norma RAG, polo menos non aparecen nas NOMIG.
se a diferenza entre un reintegrata e un que é máis papista ca o papa é cuestión de gusto, por que por gusto eu non podo diferenciar entre reintegrata e lusista? 😉
logo di: “O que faz minguar os falantes do galego é o castelhano/espanhol”… pero temos un problema, houston. vivimos nunha sociedade na que teñen que convivir eses dous idiomas, fíjáté. que propón? que Galicia deixe de falar español/castelán? o que fai minguar os falantes do galego son varias causas, my friend. non só o español, o portugués ou a nai santísima. o que fai minguar os falantes é a falta de oportunidades para que un se poida desenvolver nun idioma o 100% da súa vida; non o idioma en si mesmo. bueno, iso creo eu.
e os nosos escritores son os escritores galegos, claro 😉 non os de Cymru 😀
Isto é, «fizérom» e «figérom» empregadas polos reintegratas e “fizeram” polos lusistas 😀 segue-me parecendo imprescindível diferenciar entre eles.
Palavras graves acabadas em -om. Assi as agudas acabadas em -om nom levam, que som as máis numerosas e aforram-se ũa cheia de tiles. Curiosamente um dos objetivos da acentuaçom da rag é esixir un uso mínimo de acentos gráficos, e se isso fosse certo a acentuaçom seria máis semelhante à da norma agal que à do castelão. Sempre coa sua bonita coerénca: nengũa.
teñen que desculpar a miña ignorancia… eu só controlo portugués 😉 😀 estoulle dando á cabeza e non encontro ningunha palabra portuguesa grave e acabada en -om (debe ser que hai poucas).
pero ven… vostedes engaden unha norma “nova”. en portugués é “fizeram” e en AGALino “fijérom”… parece un pouco incoherente, non? debería ser “fizeram” e “fijerom” ou “fizéram” e “fijérom” e non andar mesturando…
de todos os xeitos, gerardinho, santarém, parabém, etc. levan til 😉 😛
Com efeito, porque são palavras agudas, mas eu referi-me só às graves (como “figérom”). Note-se que as graves acabadas em -em não se acentuam, assim temos “hífen” mas “hifem” (a segunda ainda aparece nalguns dicionários portugueses :D).
Do mesmo jeito que as acabadas em -em seguem a norma das acabadas em -en, as que acabam em -om seguem a das acabadas em -on (tipo cânon).
No português pré-moderno havia muitas deste tipo, só que acabaram por “fusionar-se” com as acabadas em -ão devido à perda da pronúncia tradicional. Era o caso de “Cristóvom” ou “Estêvom”, actualmente “Cristóvão” e “Estêvão”. Do mesmo jeito, “fizeram” foi durante anos grafada “fizérom” em português, e mesmo no século XX grandes escritores portugueses ainda escreviam “fizérão” (que, ainda, é como pronunciam boa parte dos portugueses, por não dizer a maioria dos lusófonos).
Figérom
Para transcrever na norma AGAL a forma RAG “fixeron”, podia-se ter optado por um “x”, que, aliás, é como aparece em muitos documentos. No entanto, acabou-se afixando a forma com “g” por existirem testemunhos documentais e por ser a forma na que ainda se pronuncia na Baixa Límia (única zona do país que diferencia “x” de “g”). Cumpre assinalar aqui que o Catalão também faz este tipo de concessões às aldeias “terremotas” 😀 Por certo, a forma patrimonial na minha zona é “fizérom”, como também “fizo” 😉
Unha cousa curiosa. As regras do portugués din o seguinte:
“A regra clássica diz que são acentuadas as paroxítonas terminadas em i, is, us, um, uns, ã, ãs, ão, ãos, l, n, r, x, ps, om, ons, ei, ditongo crescente. Essa é uma regra muito extensa e geralmente os estudantes têm dificuldade para aprendê-la, entretanto existe uma outra maneira de acentuar estas palavras, ela advém da combinação da regra das oxítonas com a regra das paroxítonas. Enfim, você deve acentuar todas as paroxítonas que não terminem em a, as, e, es, o, os, em, ens e em ã, ão e as terminadas em ditongo crescente.”
Por ese motivo é que os reintegratas acentúan fizérom ou fijérom.
Pola contra, esa regra de acentuación non obriga a acentuar fizeram.
Conclusións que saco eu:
– Os portugueses, se considerasen o galego como lingua súa, farían por que ou ben se acentuasen as dúas posibilidades (fizérom – fizéram) ou ben non se acentuase ningunha (fizerom-fizeram)… Desde logo, a min paréceme algo incongruente este sistema de acentuación.
Non sei se me explico… 😀
Pode parecer incongruente, mas está pensado em base à probabilística e a evitar o maior número desnecessário de acentos 😉
está pensado em base à probabilística e a evitar o maior número desnecessário de acentos… en portugués pero non en galego. fíxaste?
en portugués non hai verbos acabados en -arom, -erom, -irom
en galego todos os verbos teñen unha forma acabada en -aron, -eron, -iron
uis, o reintegracionismo ten unha fuga! 😀
De fuga nada, Alema. Fuga de talentos, em todo o caso 😀
A norma portuguesa que indiquei é para as palavras graves (a estas alturas confundimos graves com agudas :D? Se o preferires usamos os termos ‘correctos’, oxítonas as agudas e paroxítonas as graves XD). As graves acabadas em -om e -on acentuam-se. Em galego-AGAL adquire pleno sentido isto mais o da probabilística, já que são imensa maioria as agudas (oxítonas) acabadas em -om que as graves em -om (pensemos em associaçom, naçom, razom, coraçom, tensom, religiom, acordeom… por umas poucoas como cânon e as formas do pretérito).
a norma escrita portuguesa está pensada para o portugués… obviously.
por iso, vense vostedes obrigados a acentuar tooooodos os verbos en 3ª persoa do plural do pretérito perfecto.
comérom, jantárom, partírom…
para non ter que acentuar as agudas acabada en -m:
naçom, razom, porompompom…
é o problema de adaptarse ceghamente a unha norma allea… 😀
e insisto: é incoherente non acentuar fizeram e acentuar fijérom/fizérom 😀 pasa cando se quere meter unha lingua noutra “con calzador” 😀 xD
Tal e como che diz One2, as palavras agudas acabas em -om são infinitamente mais numerosas do que os pretéritos, mais que nada porque o número de verbos é relativamente limitado, mas não assim o de palavras acabas em -om, que como sufixo pode ser aplicado a preticamente qualquer substantivo ou adjectivo (e já sabemos que os substantivos e adjectivos são muito mais numerosos).
A norma portuguesa serve-nos melhor aos galegos do que aos próprios portugueses, e se não for o caso, andamos bastante à pré. Haverá quem diga que os -ão não nos servem, que deve ser -om e -ám, mas tampouco servem aos portugueses (“modernos”) os ditongos “ei” e “ou” (eles dizem “ai”/”ê” e “ô”). Tampouco lhes serve a nossa distinção gráfica entre CH e X (pronunciam tudo igual e depois não o sabem escrever bem muitos deles). E poderíamos continuar a procurar deficiências num lado e noutro.
O mesmo se passa com a norma oficialista do galego. A mim não me serve o de “verán”, “man” ou “moito”, porque eu digo *brau, *mau e “muito”, e para isso serve-me melhor a grafia portuguesa (verão, mão, muito). Tampouco me serve o plural em -is (não digo “animais”, mas *animás; não digo “reais” mas *reás).
A norma da AGAL e, melhor ainda, a norma portuguesa, serve-nos melhor a mais galegos. Mas existe muita obcecação com isso de “uma pronúncia, uma grafia”, quando em verdade não há uma só pronúncia, portanto melhor intentar unificar.
discutir com alema é inútil, el segue ò seu coma um bom troll.
a norma escrita española está pensada para o castelán… obviously.
por iso, vense vostedes obrigados a acentuar tooooodos as palabras agudas acabadas en -on.
cabezón, conachón, pirolón, nación…
para non ter que acentuar as graves acabada en -n:
comeron, xantaron, partiron…
é o problema de adaptarse ceghamente a unha norma allea…
e de incoerente nada, simplesmente busca-se a norma que permita aforrar a maior cantidade de tiles, nom coma outras pseudo-normas que só copiam do castelão. Está claro que as agudas acabadas em -om som moito máis numerosas e empregadas que as terceiras persoas do plural do pretérito perfeito.
se tanto queren aforrar (poupar)… por que a grafía portuguesa non escribe -ao en vez de -ão… total, todo o mundo sabe que as palabras terminadas en -ao levan un nasal aí… mire que ían aforrarnos esforzos! o coñazo do ctrl+alt+4 e tal… 😀
e vostede, one2 aforre o til de nasalidade do “ua”… total, todo o mundo sabería a que se refire vostede se pon “ua” “algua” e “ningua” 😀
veña, non tomen todo tan a peito. 😀
de todos os xeitos, eu sigo vendo incongruencia 😛
A acentuaçom tem um objetivo, indicar a sílaba tónica e essas cousas todas :p segundo a tua teoria poderiam-se eliminar os tiles de calquer língua, que seguro que já hai quem sabe como se pronunciam as palavras…
Ainda que no do -ão
portuguêslisboeta dou-che a razom, tinham de escrever com -om e -am hohohoh