A solicitude de uma correcta recepção das televisões e rádios portuguesas na Galiza é uma velha reivindicação de parte do movimento normalizador galego. Especial destaque merece, polo seu empenho, a Plataforma constituída para tal efeito.
Os argumentos defendidos são inúmeros, mas o mais importante é o que tem a ver com a normalização, pois contribui a apagar a barreira mental pejorativa face a Portugal e à variante lusitana (preferiria dizer além-minhota) do nosso idioma. Ao meu ver, poderiam-se resumir em:
- Maiores possibilidades de escolha ao aumentar a oferta audiovisual.
- Menor impacto da pressão uniformizadora espanhola.
- Ao representar um contra-ponto aos mandados madrilenos, alicerce para um desenvolvimento mais normal e autónomo dos meios audiovisuais galegos (nomeadamente dos públicos).
- Ajuda à melhora do código linguístico nos meios públicos galegos e, por extensão, da cidadania galega.
- Interesse comercial das entidades, organizações, instituições ou empresas galegas com interesse em se anunciarem em Portugal e vice-versa, o qual contribuiria também no mútuo relacionamento transfronteiriço.
No entanto, resultam pouco críveis as escusas dadas polo primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, no sentido de haver supostas dificuldades técnicas e legais. Sobre as últimas, dizer apenas que a Directiva Europeia de Televisão sem Fronteiras e a Carta Europeia das Línguas Minoritárias e Minorizadas (ambas de obrigado cumprimento para oGoverno espanhol) alentam, promovem, fomentam este tipo de iniciativas. E em quanto as técnicas, seguramente com boa vontade seriam asinha resolúveis.
Menção à parte merece a intervenção do ultraconservador espanhol Mariano Rajoy (recolhida também pola imprensa portuguesa), para quem o importante é garantir o ensino do castelhano na Galiza (e logo não o estava!!?). Roído pola indignação, não posso menos do que compartilhar o assinado polo amigo Valentim Fagim:
Todos temos obsessões no tema da Língua. A minha é a cegueira do nacionalismo galego a respeito do “português” como ferramenta sem igual para alterar o Statu Quo nacional e linguístico. Cegueira que parece incurável apesar de todos os lampejos, de todos as faiscadas que dia sim, dia também podiam dar-lhes um pouco de luz.
Reparemos no vídeo. Perante a proposta de os galegos e galegas poderem ver as TV portuguesas, o líder da oposição, o líder do partido nacionalista espanhol, replica com……. a defesa do castelhano!. É tão difícil de ver?!
Eis a ‘classe’ política espanhola, contra a qual (mais uma vez!) reage o associacionismo galego.
Comentários
Um comentário a “Da recepção das televisões e rádios portuguesas na Galiza”
“Menos mal que nos queda Portugal”: http://www.vieiros.com/nova/63006/portugal-poderia-colaborar-con-medios-tecnicos-para-que-vexamos-a-sua-television