No post anterior fazia um brevíssimo percurso por diferentes tipos de reintegratas. Para não deixar a cousa assim de coxa, continuarei com as reflexões que me vieram à cabeça após ler um artigo do Ghanito.
Precisamente haverá três semanas juntamo-nos um grupo de amigos para cear, tomar uns copos e preparar um PDM brutal. Polo meio da conversa falou-se também do Alvaroque da Língua, e polo meio da conversa um companheiro comentou que era bom irmos quantos mais reintegratas melhor, aproveitando que o evento é lúdico e que somos «simpáticos».
Imediatamente veio-me à cabeça o conceito do ludo-reintegracionismo, muito bem defendido graças a artistas de primeiro nível (acô e acolá), e parei a pensar na evolução que tiveram as ideias ‘reintegracionismo’ e ‘reintegrata’ nos últimos tempos. Lembro que ainda ‘ontem’ (ano 2001), na minha chegada a Compostela, ser reintegracionista equivalia pouco menos a…
- … ser um fundamentalista linguístico, preferentemente do âmbito académico.
- … ser um independentista radical (para o caso, ‘proetarra’).
- … ser um bicho raro, associal e/ou espanholófobo.
Com as perspectiva do passo do tempo e dos centos de horas de conversa de cafetaria, internet e por aí, cheguei à conclusão de que, com efeito, a imagem geral sobre os reintegracionistas mudou. Mudou, é claro, entre quem conhecem o que é o reintegracionismo, já que ainda é algo desconhecido para a maior parte dos nossos conterrâneos.
Acho que a mudança da perspectiva lhe-la devemos agradecer, principalmente, a representantes reintegratas da Geração de ’70 [PDF], cujo principal triunfo foi tirar o reintegracionismo da marginalidade (academicista ou política) para inseri-lo de pleno no coração da cidadania galega, na rua e na rede. Falo de ludo-reintegracionismo, falo da Gentalha do Pichel, falo da Esmorga, falo de Artábria, falo de Alto Minho… falo, como não, do Portal Galego da Língua e tantos e tantos projectos e iniciativas que ainda hoje contribuem, em maior ou menor medida, a esse novo sentir, a uma espécie de reintegracionismo new age. Novos tempos, novas formas e mesmo discurso. Ideal.
Comentários
3 comentários a “Tribos reintegratas na Galiza (II)”
Acho que dito isto, pouco mais me queda a dizer 🙂
Em todo o caso, ficam abertos os comentários (que por um erro ao publicar o post tinha fechados).
O ludo-reintegracionismo é um produto colectivo da Assembleia da Língua. Era bom nao o esquecer…
A nossa língua está aí fora…
New-age, of course