Cartografia dos apelidos da Galiza

Conhecer a distribuição territorial de um apelido ou os apelidos próprios de uma zona é uma interessante via de compreender as relações históricas e os movimentos de população numa área geográfica. Evidentamente, isso não dá carta de natureza para ninguém, não sendo um Soutulho de Boiro menos autóctone do que um Trinhães. Mas este conhecimento, junto ferramentas estatísticas, podem ser úteis para algumas análises do âmbito das ciências sociais… e, quem sabe, talvez também das outras.

Há uns anos, o ILG publicou na rede uma interessante ferramenta, a Cartografia dos apelidos da Galiza. Infelizmente, logo ficou desatualizada, pois dos dados com que conta procedem do censo de população… de 2001. Pouco fica na Galiza de hoje da fotografia fixa de há já mais de duas décadas.

Porém, há uma outra fonte, menos visual, com dados atualizados: o Instituto Galego de Estatística. Através do seu sítio web, permite-nos procurar os 25 apelidos mais comuns de cada concelho, bem como a distribuição territorial de um apelido —suprindo, neste caso, a funcionalidade da Cartografia do ILG.

A base de dados do IGE permite concluír que Romeiro, Pinheiro, Moniz ,Tubio, Outeiral, Ermo ou Lojo estão entre os apelidos mais frequentes do concelho de Boiro; Carvalho, Branco, Cide, Ramos ou Prol estão entre os mais frequentes do concelho de Maceda; ou Fraga, Cotelo, Esmoris, Anhom ou Malho, entre os da Laracha.

Também a ferramenta constata que boa parte dos apelidos estão recolhidos de maneira maioritária na forma castelhanizada, como é o caso dos Romero, Otero, Muñiz, Cid e muitos outros, o qual deve ter sido em conta na hora de realizar as pesquisas.


Publicado

em

por