Fase 3. E agora, que?

Galiza inicia hoje, 8 de junho de 2020, a fase 3 do plano de desconfinamento decretado polo Governo da Espanha. A partir de hoje, é a Junta da Galiza a quem as competências exclusivas sobre a gestão desta fase; noutras palavras, o Feijóo já não se poderá esconder atrás de um televisor plasma para cuspir viperinamente as culpas no Executivo central.

As galegas e os galegos já nos podemos mover com liberdade polo território quadriprovincial, mesmo que isso signifique não podermos ir às comarcas de língua e cultura galegas situadas fora desses limites, e apesar de que polo momento tampouco poderemos ir a Portugal.

Os limites antes mencionados devem-nos lembrar uma outra cousa: estamos numa nova etapa de desconfinamento, mas não finalizou a situação que a provocou, uma pandemia de efeitos devastadores sobre a vida das pessoas, especialmente da classe trabalhadora, que constitui a maioria social galega.

Entramos numa nova fase e recuperamos espaços de soberania pessoal, mas devemos lembrar que os nossos direitos finalizam onde começam os do próximo. As regras básicas de higiene interpessoal e de distanciamento social continuam vigentes e devemos ter especialmente conta delas nos espaços não controlados e com pessoas de fora do nosso círculo. Devemo-nos autoproteger e ajudar a proteger quem não o possa fazer.

Podemos ir de festa e fazer festa, mas com moderação (limitação de número de pessoas, espaço social suficiente, etc.), com respeito polo direito básico do próximo ao descanso, cuidando os mínimos exigíveis de higiene (lavado de mãos, desinfeção de zonas comuns, uso de máscara).

Podemos trabalhar e exigir que no nosso posto de trabalho também se cumpram essas condições mínimas, novamente garantindo a autoproteção e a proteção da comunidade.

Podemos, em definitiva, fazer muitas cousas; recuperar vida e qualidade de vida, aos poucos. Mas sem esquecermos a responsabilidade mínima que se nos há de exigir, mesmo que só seja por quem já não está connosco.


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