
Nas faculdades de ciências da comunicação, viveiros de jornalistas, ensina-se-nos que os géneros jornalísticos são a notícia, a entrevista, a reportagem, a crónica e a opinião. Com efeito, a opinião é incluída como género, e até no grau —antiga licenciatura— em Jornalismo da USC aparece uma matéria (*) em que se analisam.
Porém, as pessoas que abaixo-assinamos rejeitamos que a opinião possa ter consideração como género jornalístico, afirmação que defendemos mediante a seguinte
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS
- Nem todo o que aparece num meio de comunicação —escrito, audiovisual ou multimédia— é fruto de um trabalho jornalístico.
- Nos trabalhos jornalísticos deve ficar sempre clara a diferença entre informação e opinião, polo qual
- não cabe classificar os géneros jornalísticos entre «géneros informativos» e «géneros interpretativos e de opinião», pois é uma contradição.
- A análise e a opinião estão nos meios desde a sua origem, mas também o está a publicidade, a qual, obviamente, não é considerada um género jornalístico.
- A tradicional coluna de opinião, as cartas à diretora/ao diretor, as peças de análise, os quadrinhos humorísticos, os artigos/espaços editoriais, os fóruns, as tertúlias e outros formatos não constituem géneros jornalísticos. São opinião e contribuem para criar opinião, uma tarefa tão respeitável como necessária, mas diferente da missão de informar.
- Todas e todos temos a nossa própria opinião, mas a sua traslação a um meio de comunicação não as converte em género jornalístico.
Assim o fazemos constar nesta segunda-feira, 10 de dezembro de 2012, na capital nacional da Galiza.
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(*) O plano de estudos pode ser consultado aqui em formato PDF. As referências à matéria Xéneros Interpretativos e de Opinión en Prensa aparecem nas páginas 32, 37, 40, 49, 55 e 146 (nesta última, convalidação respeito do anterior plano de estudos).