Os limites da nação galega

O amigo Aletopogalpma perguntava ontem no meu último artigo sobre o mapa que sai num bâner justo a rodapé do post. O mapa em questão pretende aglutinar como parte da nação galega também os territórios das Astúrias, Samora e Leão nos quais se fala galego.

O mapa que figura nesse bâner baseia-se num outro de Nós-UP (este de aqui, à direita do Maurício Castro). O dito mapa parte da mesma premissa (legítima, ainda que discutível) que mencionei com anterioridade. Porém, na minha opinião, tem o erro de incluir como parte da Galiza toda a comarca do Berço até Ponferrada, quando tenho dito até à náusea que em Ponferrada (na vila) só se fala galego pola imigração, pois é território historicamente só de fala leonesa. Cousa diferente é que nalgumas freguesias do concelho se fale galego (algo do qual duvidamos eu e muitos linguistas). Há municípios nos quais não existem dúvidas, caso de Perançães, Cacabelos, Carrazedelo, Veiga do Vale Cárcere, etc., mas nesse mapa incluem-se outros como Priarança ou Benuça onde a cousa é já mais discutível.

Particularmente prefiro o mapa que recolhe o Topogal (sensivelmente mais esbelto), no qual só figuram municípios onde está comprovado aos 100% de jeito indiscutível que se fala galego.

A inclusão destes concelhos como parte da nação galega é uma reivindicação histórica de parte do galeguismo, e de facto já figurava recolhida no Estatuto de 1936, adesão sempre condicionada ao parecer das comunidades humanas dessas regiões. Porém, na actualidade nessas regiões calhou bastante o antigaleguismo (ao menos nas Astúrias) e qualquer iniciativa polo galego já é considerada ingerência ou pouco menos que “imperialista”. Questões como essa dão para pensar se realmente merece a pena por preocupar-se polos galegófonos e galegófonas de fora da CAG.

Desde logo a resposta, num ou noutro sentido, sempre será polémica… assim que vos proponho que, para variar, vos molheis vós 🙂

 


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Comentários

14 comentários a “Os limites da nação galega”

  1. Avatar de alema

    eu creo que só deben formar parte de Galicia aqueles concellos que democraticamente decidan integrarse no país… sen forzar nada.

    outra cousa: non me mola nada o de CAG
    http://alema.org/2008/08/19/new-fashion-word-cag-agh/

    1. Avatar de alema

      home… se se pon vostede a “rizar el rizo” 😀

      eu creo que todos os concellos que forman parte de Galicia están cómodos coa súa condición de galegos… non?

    2. Avatar de Galeguzo

      E os asturianos na sua condição asturiana… mas tanto uns como outros porque não conhecem outra situação. Mas também há “galegos” não conformes com a sua situação administrativa e que pedem a sua integração em Castela e Leão (veja aqui).

    3. Avatar de alema

      vostede estame falando dun núcleo de viana… pero toda viana do bolo quere saír de galicia?

      eu creo que calquera cambio administrativo debe estar debidamente xustificado e non feito “a lo loco”, como diría tonecho

    4. Avatar de Galeguzo

      O de Prado Ramisquedo é só uma história, como possivelmente haja mais de um lado e outro da fronteira administrativa.

      Mas o que digo, essencialmente, é que essa “comodidade” radica em que os cidadãos dos dous lados que vivem actualmente não conhecem uma outra situação, e seguramente o 80% nunca pôs em causa a sua pertença ao lugar no qual lhe diziam que vivia (seja “Galiza” / “Asturias”, seja a Nación Española). Um vive a aprende a fazer seu o que lhe ensinam que é “normal”. Por isso há tão poucos nacionalistas galegos, reintegracionistas… em comparação com gente de bem, que seriam perfeitos espanhóis, isolacionistas…

      Se é que afinal boa parte dos debates radicam no que nos foi ensinado na escola que era bom ou mau 😀

    5. Avatar de Galeguzo

      Para nada, para naaada! Só digo que a identidade é algo que em boa percentagem é aprendida e no resto é modelada.

      Porém, a segunda parte do processo só começa a produzir-se na adolescência, motivo polo qual as variações respeito do aprendido costumam ser mínimas. Realmente é infrequente que alguém ponha em causa o que aprendeu, salvo que algum sucesso traumático, experiências novas ou uma aberta contradição lhe façam ver o contrário.

      E isto é válido para identidade cultural como a religiosa, a linguística, etc.

  2. Avatar de Galeguzo

    Mas… e os concelhos que actualmente fazem parte da CAG decidiram-no “democraticamente”? 😉

    1. Avatar de alema

      pero isto tamén nos vai levar a un debate independentismo/reintegracionismo? 😀 non o podo crer! 😀

  3. Avatar de one2
    one2

    à hora da verdade que em Ponferrada nom se falasse galego nom quer dizer que nom poida formar parte da galiza.
    Por outra banda, eu teria em conta o norte de Portugal, que seguro que hai quem se quere independizar dos domínios lisboetas.

  4. Avatar de Galeguzo

    Isso já parece mais o argumento do Mobimento Cíbico Portucalense X-D X-D

    Portugale como ele deberia sere (mapa)

    1. Avatar de one2
      one2

      pois é xDD mais eu tenho fé n~ua proposta máis séria xDD

    2. Avatar de alema

      repitan comigo “Nós-não-falamos-galego”
      http://www.youtube.com/watch?v=V5QGDjzTy6Q

  5. Avatar de gabs

    *ingerência (lat. ingerere gal. gerir) 🙂

    1. Avatar de galeguzo

      Corrigido 🙂 [Este blogueiro adora que lhe corrijam as gralhas :D]