Magosto quentinho

  • O facto? A passada semana, um fato de moços e moças da Galiza fôrom detidos pola Guardia Civil em diferentes pontos do país.
  • A acusação? Enaltecimento e apologia do terrorismo.
  • As consequências para as pessoas: a pressão psicológica e interrupção da sua quotidiania, o seqüestro das suas pessoas e a supressão suas liberdades.
  • As consequências para o associacionismo: danos materiais, confiscação do património, perseguição das ideias.
  • As provas para se acometer tais destroços? Para o próprio juiz que ordenou o dispositivo da fantasmagórica Operação Castinheira, parece ser que nenhuma.
Agente introduz em veículo um dos detidos na Operação Castinheira
Agente introduz em veículo um dos detidos na Operação Castinheira

Noutras palavras, e falam os factos, neste país produziu-se uma flagrante violação do princípio de presunção de inocência. Praticárom-se detenções preventivas sobre pessoas e seqüestro de bens de associações sem ânimo de lucro e legalmente constituídas.

E enquanto isto sucede, enquanto jovens deste país são detidos por uma suposta violação da convivência e por atitudes reprováveis como o enaltecimento do terrorismo, partidos políticos da extrema-direita, xenófobos, associais, violentos, machistas, integristas religiosos, fanáticos… inundam as nossas ruas com as suas proclamas, enchem de pasquins as paredes das nossas cidades, apresentam-se às eleições em igualdade de condições com os que defendem a paz e a tolerância desde um prisma ideológico diferente.

E enquanto estes grupos são subvencionados, os independentistas galegos sofrem a LEI antiterrorista. Enquanto a Fundación Francisco Franco recebe o dinheiro de todos e todas nós para salvaguardar a infame memória de um ditador, de um repressor, de um porco e covarde chefe de assassinos, os democratas discrepentes temos de achantar.

E enquanto a Falange e os Blas Piñar se manifestam e fazem ouvir a sua voz nos meios de Madrid com proclamas contra os “negros”, os “sudacas” ou os “rojos”, aqui por renegar do fascismo e de uma Espanha na que não se acredita violam a tua casa e levam-te à capital do Império Pequeno para declarares sem as devidas garantias oferecidas pola Constituição que dizem defender e que afinal resulta que és tu quem mais acaba cumprindo (apesar de exerceres o teu direito a discrepar).

E afinal, como adoita suceder, acaba-se por fabricar um boomerang que acaba por bater nos dentes de quem o mandou. “¡Toma castanha!”


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