Falsa tençon c’o Anjo Caído

Ao mais puro estilo medieval,
dir-t’-ei, colega Anjo Caído,
qu’eu terei feliz apostasia
antes do vindoiro Carnaval.

As mîas razões son conhoçudas
e radican na insubmisson
da mîa consciência un algo atêa
que canta em semiton.

Já’stou farto de curas e de monjas,
de cardeais, de bispos ou o que forem;
já’stou canso da sua falsa moral:
deixen-m’en paz. Calen e oren!

Eu os deixo, eles me deixen,
assin é como teria de ser;
eu na mîa casa e na sua eles,
eu apostatado me gostaria de ver.

Hun outro dia do Bombon falar ei;
non o duvides, Anjo Caído,
fá-lo-ei, pois que a todo porco
lhe chega o seu San Martîo.

E tanto faz que sej’esta má tençon
e que non tenha qualidade,
pois qu’a fez con diverson
e con ânimo d’hilaridade.

Animus gaudens aetatem floridam facit


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