Ouço José Montilla, ministro da Indústria do quasi-omnipresente e excelentíssimo Governo espanhol, dizer que é desnecessário aplicar um cânone por cópia privada aos utilizadores da internet e aos discos rígidos novos de computador como já se fijo com os CDs e DVDs.
Apesar de que constitui claramente uma iniciativa de luita contra da pirataria (ao menos do ponto de vista teórico), Montilla apostilou que o cânone “não deve pôr-se em relação com actividades ilícitas (…) que deverão ser perseguidas“. E então, por que é que se pensou nesta medida como já acontecera no caso dos discos ópticos?
Porão (ou não) cânones em CDs, DVDs, discos rígidos, conexões à internet, discos extraíveis e outros meios de armazenamento maciço? Pô-los-ão também aos telefones (para frear as estafas), às linhas eléctricas e telefónicas que posiblitam tudo isto e muito mais? Gravarão também as nossas próprias casas por se nelas acochamos material ilegalmente adquirido? Montilla não deu mais um passo à frente, mas abrem-se dinâmicas perigosas.