Cinco dados sobre o resultado eleitoral de 21-O

Passo a debulhar as grandes cifras do resultado eleitoral. Por enquanto, não vou tirar conclusões. Para começar, votaram os 63,8% do censo, o que nos revela uma abstenção dos 36,2% (em 2009, dos 35,57%). Eis a distribuição dos votos (em vermelho, as forças que lograram assento no Parlamento da Galiza):
  • PP:  653.934 (45,72%)
  • PSOE: 293.671 (20,53%)
  • AGE (Anova + IU-EU): 200.101 (13,99%)
  • BNG: 145.389 (10,16%)
  • UPyD: 21.212 (1,48%)
  • EB (Escaños en Blanco): 17.116 (1,16%)
  • SCD (Mario Conde): 15.781 (1,1%)
  • CxG: 14.459 (1,01%)
  • Outros partidos (*): 30.112 (2,05%)
  • Votos em branco: 38.410 (2,69%)
  • Votos nulos: 37.472 (2,55%)

DADO 1.º
A soma dos votos do PP e o resto de forças parlamentares dá-nos que, contrariamente a 2009, o espanholismo de direitas logra mais votos que o resto de forças (653.934 frente a 639.161).

DADO 2.º
A soma dos partidos manifestamente de direitas e espanholistas (PP, UPyD e SCD) dá 690.927. Porém, a soma das ‘grandes’ forças nacionalistas e/ou esquerdas (PSOE, AGE, BNG e CxG) dá 653.620, que mesmo somando os de Escaños en Blanco (pressupondo que sejam de esquerdas, sobre o qual tenho mais que fundadas dúvidas), só chegam a 670.736, vinte mil sufrágios menos que as forças espanholistas conservadoras (e quase quarenta mil no outro cenário).

DADO 3.º
Fazendo um exercício de política-ficção, se os votos em branco fossem parte dos sufrágios de Escaños en Blanco, e este se coligar com o ‘partido’ Votos Nulos, atingiriam 92.998 votos, os 6,4% do total, não demasiado longe do BNG (145.389, os 10,16%).

DADO 4.º

Mesmo sem fazer essa ficção, a soma dos votos em branco e nulos (78.882) é muito superior à de três partidos que concorreram aos comícios, como são UpyD, EB, SCD e CxG (68.568), que formalmente são, respetivamente, a 5.ª, 6.ª, 7.ª e 8.ª força política na Galiza.

DADO 5.º
A soma dos votos de AGE, BNG e CxG dá 359.949 (25,16%). É muito difícil discernir quanta dessa percentagem corresponde exclusivamente ao perfil de votante de IU-EU e quanto é puramente voto nacionalista.

Numa estimativa muito conservadora (em benefício de IU-EU), partindo de que essa formação logrou 5 dos 9 deputados de AGE, ‘corresponderiam-lhe’ 111.167 sufrágios (7,57%). Então, novamente num cálculo conservador, o voto nacionalista galego nestas eleições (excluindo algumas pequenas formações que também concorreram) poderia ter sido de  248.781 (17,59%), muito por baixo dos 270.712 (13,2%) que lograra o BNG em 2009.

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(*) Outros partidos: 30.112 (2,05%)

  • Partido Animalista contra el Maltrato Animal (PACMA): 7.729 (0,54%)
  • Democracia Ourensana: 4.203 (0,29%)
  • Partido da Terra: 3.164 (0,22%)
  • Comunistas da Galiza: 1.621 (0,11%)
  • Unificación Comunista de España: 1.534 (0,1%)
  • Piratas de Galicia: 1.518 (0,1%)
  • Centro Democrático Liberal: 1.402 (0,09%)
  • Partido Humanista: 1.299 (0,09%)
  • Por un Mundo más Justo: 1.275 (0,08%)
  • Unión Coruñesa: 1.111 (0,07%)
  • Hartos.org: 1.082 (0,07%)
  • Converxencia XXI: 1.056 (0,07%)
  • SAIN: 485 (0,03%)
  • Demos el Cambio: 429 (0,03%)
  • Partido Social y Democrático de Derecho: 429 (0,03%)
  • Acción Democrática de Centro de Galicia: 343 (0,02%)
  • Partido Integración Comunitaria: 153 (0,01%)


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