Quanto custa fazer país!? [I]

Com este post inicio uma série de artigos nos quais pretendo dar conta do custo económico que tem fazer país (por não falarmos, nalguns casos, do custo familiar, político, etc.).

Fazer país com certo compromisso custa dinheiro, despesas cuja soma conjunta pode resultar desorbitada, mas em boa parte dos casos perfeitamente assumível mediante o simples reordenamento da nossa escala de prioridades.

Como com demagogo e prosélita que sou, inauguro esta série de artigos falando de quanto custo fazer país apoiando o Novas da Galiza.

Novas da Galiza

O Novas da Galiza é um jornal soberanista que se começou a publicar entre Fevereiro e Março de 2002. A sua aposta no soberanismo, no reintegracionismo, na informação livre e não alinhada com qualquer partido político já lhe tem suposto todo tipo de marginalizações profissionais (leva anos congelada a sua adesão à Associação de Meios em Galego), económicas (praticamente não recebe publicidades), logísticas, institucionais (pola linha informativa e a aposta no reintegracionismo foram-lhe negados inúmeros subsídios)…

Contudo, tem conseguido logros notáveis, como exclusivas informativas que posteriormente trataram outros meios (e isso que se trata de uma publicação mensal!), botar luz sobre temas que polo comum são silenciados ou passam despercebidos nos meios, inaugurar “modas” (a Liga Nacional de Bilharda, à qual leva muitos meses dando destaque, ou as selecções desportivas galegas)… mesmo criou o passado Verão um suplemento de humor, O Pasquim, que foi subsidiado polo Governo do nosso país (e com grande repercussão na rede galega).

Pois bem, o custo do jornal é um euro. Um euro por doze meses do ano, 12 euros. Como o jornal tem algumas dificuldades de distribuição (não chega a todas as lojas do país, ainda que cada mês que se passa chega a mais), a distribuição continua a ser em boa medida em mão ou mediante subscrição.

Fazer país

Assinar o NGZ tem um custo de 24 euros ao ano. Então, quanto nos custaria “fazer país” convertendo-nos em assinantes deste periódico? Podemo-lo ver de muitos jeitos:

  • Dous (2) euros ao mês. Em Santiago de Compostela o bilhete do transporte urbano custa 0,90 euros. Se cada mês prescindisses de três (3) viagens de auto-carro, podias assinar o Novas da Galiza e ainda che sobraria mais de um euro (e andar a pé é muuuito são ;)).
  • Se considerarmos que cada lata de um conhecido refresco de cola custa num comércio 0,40 euros (realmente o preço médio é algo inferior), assinar o NGZ implicaria que cada mês prescindíssemos de 5 latas (a água é muito mais sã :D).
  • Um saquinho de tabaco de 30 gramas tem um preço aproximado de 1,5 euros (varia em função das marcas, é claro), enquanto o do cartão é aproximadamente o duplo. Se fumas tabaco de saquinho, sabe que prescindindo de uma bolsa ao mês aforrarias/pouparias 18 euros, e mais seis euros prescindindo de dous cartões ao ano. Em total, os 24 euros que custa assinar o NGZ (ainda, cuido que é mais saudável trocar o papel de fumar polo de jornal X-D).

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