Crónica da homenagem a Ánxel Casal (19/08/2007)

«Alcaldesa por un día» (em castelhano) | «Os Pinos» sob os eucaliptos | Isaac e a gaiteira jornalista | Um novo Teu (parece) possível

img2 faixaea3Como já comentara o outro dia, ontem realizou-se no lugar de Montouto (Teu) o tradicional acto de homenagem a Ánxel Casal, o insigne editor nacionalista e que fora regedor de Compostela e um dos líderes do Partido Galeguista até ser morto «pola besta 1936», em palavras de um dos oradores na celebração.

O acto esteve presidido por uma enorme faixa que dizia, bem às claras, «Concelho de Teu. Em lembrança de Ánxel Casal. Assassinado neste lugar em Agosto de 1936».

Após umas palavrinhas da vereadora de Cultura de Teu, a filóloga Carme Hermida, pronunciou um contundente e emotivo discurso o presidente da Fundação Castelão, Avelino Pousa Antelo.

img1 coroasmonolitozr9Pousa Antelo, um dos últimos do Partido Galeguista (antes de a formação se integrar no que hoje é o BNG), foi especialmente crítico com o anterior regedor municipal, Armando Blanco, por se ausentar nas celebrações dos anos anteriores. «Hoje podemos dizer com orgulho que está connosco o regedor de Teu», disse Avelino Pousa, ao tempo que parabenizou a Câmara municipal polo esforço em adecentar a zona próxima do monolito, «que os anos anteriores éramos nós quem tínhamos de roçar e limpar». Com efeito, parte o coração imaginar Pousa Antelo (mais de 93 anos) ou Isaac Díaz Pardo (87) a limparem a gávia e as imediações do monumento.

Precisamente, o segundo orador foi outro incombustível, Isaac Díaz Pardo. O mestre Isaac, bastante joguetão todo o tempo com a sua pequena câmara de fotos, lembrou Casal e outros muitos que foram vítimas da brutalidade da ditadura. Alguns deles, «algo maiores do que eu», o qual vinha a traduzir-se em jovens pouco maiores dos 16 anos. Como Pousa Antelo, Díaz Pardo também agradeceu a presença do actual regedor municipal de Teu, Martiño Noriega, assim como do resto de representantes institucionais (regedora em funções de Compostela, autarca de Arçua e conselheira de Cultura).

Anedotas

Os actos que, como foi o caso, duraram o seu e estiveram cheios de emoção deixaram tempo para muita anedotas. A primeira, a da «alcaldesa por un día» de Compostela, Mar Martín, quem realizou a sua intervenção em castelhano.

Outra, Martiño Noriega quem —pola sua estatura— para intervir teve de erguer tanto o micro que depois Carme Hermida não era quem de abaixá-lo. «Não se pode ser tão alto», assinalava com sorna a vereadora.

O hino galego corresponde-se com as quatro primeiras estrofas do poema Os Pinos, de Pondal. A interpretação no acto correu por conta de uma jovem gaiteira teense, aliás jornalista, Jéssica Beiroa. A ela achegaria-se posteriormente se achegou Díaz Pardo para agradecer-lhe o seu saber fazer e ainda assinalar «que linda és».

Foi também curioso o hino chamar-se Os Pinos e cantar-se sob uns quantos eucaliptos… ou também que a letra resultasse desconhecia a senhora Martín, quem mirava para toda a parte intentando safar movendo os lábios (lembrou-me alguém).


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