Reintegracionismo não praticante

bragancaEra sobejamente conhecido na Era Fraga o gosto polo ex-presidente de afirmar em Portugal e no Brasil (sobretudo no país americano) que galegos e lusófonos falamos a mesma língua, que partilhamos as mesmas origens e que formamos parte de uma mesma comunidade cultural… enquanto na Galiza predicava o contrário.

Parece que mais uma das cousas que não mudaram com a alterância no poder é essa espécie de reintegracionismo não praticante nalgumas esferas da oficialidade. O último episódio que vim a conhecer é o acontecido no decorrer do passado V Colóquio Anual da Lusofonia, celebrado na capital de Trás-os-Montes (Bragança) e dedicado ao nosso país.

O representante oficial da Junta da Galiza no evento, Xosé Carlos Sierra (delegado em Ourense da Conselharia de Cultura) surpreendeu (positivamente) a concorrência afirmando “não ter dúvidas de que galegos e portugueses falam afinal a mesma língua com evoluções históricas diferentes”, e que as diferenças existentes são “o mesmo que acontece com o espanhol da Península Ibérica e o da América do Sul”, entre outros exemplos.

Igualmente, Sierra acrescentou que do ponto de vista científico (quer dizer, desde a Filologia), galego e português pertencem à mesma família, sendo que o único debate é sobre se deveio numa língua diferente do galego-português ou se segue a ser a cepa original. Ainda, lembrou que esta discussão está em boa parte alimentada polo facto de existir uma fronteira, e ao mesmo tempo admitiu que “não agrada muito ao poder político a reivindicação (das origens da língua)”.

Diante destas declarações, ocorrem-se-me duas perguntas:

  • seria o Sr. Sierra igual de contundente de fazer tais asseverações na Galiza?
  • o que aconteceria se todo o galeguismo/nacionalismo político tivesse tão clara a concepção do nosso idioma?

Animai-vos a responder, que estais na vossa casa !


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