Uma história de castros

Castro de Vila Donga (vista aérea)
Castro de Vila Donga (vista aérea)

Numa das minhas webs de referência, Chuza!, soubem da existência do Castro das Grobas, em Riba d’Eu. Igual que lhe acontece a muitos outros de todo o país, o das Grobas está praticamente esquecido. Até o momento parece que houve pouco interesse por recuperá-lo. À desídia académica (pouco habitual) soma-se-lhe a institucional (por desgraça, mais frequente).

A verdade é que essa história me é muito familiar. Porém, creio que há casos bem piores e mais preocupantes. Por exemplo, o da minha freguesia.

Na minha paróquia também há ao menos um castro. Soube da sua existência de forma casual, perguntando ao meu pai (pola orografia, dava-me que devia haver algum).

O seu estado de conservação é toda uma incógnita. Que eu saiba, nunca foi escavado (nem, pois, espoliado). Os seus únicos vestígios visíveis, as pedras, foram reutilizadas para fazer valados (como em tantos outros casos).

Actualmente está dividido entre as duas leiras de duas famílias, e polo meio passa um carreiro que em tempos foi de terra mas que hoje em dia está asfaltado.

Castro de Coanha
Castro de Coanha

Numa outra freguesia vizinha também têm um castro. Nesse caso, sob uma leira de milho. O mais que se encontrou, parece ser, foi um casco romano quando o paisano andava arando…

Nos dous casos anteriores, o castro está a salvo, baixo da terra, se não a sua estrutura ao menos sim outros elementos de grande valor histórico.

Porém, na capital do concelho haverá dez ou doze anos descobriu-se um castro nas obras para fazer uns edifícios. Paralisaram-se as obras, vieram arqueólogos para escavar um par de meses (ou talvez menos). Parecia existir a possibilidade de mais um museu no Concelho, embora tivesse de ser protegido de alguma forma especial, ao estar inserido num núcleo urbano.

No entanto, e igual que já temos visto tantas vezes ao largo da história do nosso país, este foi um sonho que logo se encheu tudo de formigão e de cimento. Como era de supor, Por suposto, os edifícios acabaram sendo construídos…


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Comentários

4 comentários a “Uma história de castros”

  1. Avatar de Fer
    Fer

    Ai! E que lhe queres?
    Quando algum amigo europeu (pero da Europa de verdade) vem por estas terras e fazemos juntos algum roteiro nom pode crer o estado de (nom)conservaçom do nosso património histórico.
    Um castro em urbano tem o destino inexorável do formigom. Trabalha-se em quatro ou cinco sitios (Também pq nom se adicam mais quartos) e o resto soterram-se polas obras, polos ports exteriores ou polas estradas.

    Merda de pais.

  2. Avatar de Uz
    Uz

    Merda de país.

    O demo nos leve ;)!

  3. Avatar de Anonymous
    Anonymous

    No meu concelho conheço dous, e também estão à espera de que alguém decida fazer algo com eles. Por enquanto não há perigo de que se destruam (rezemos porque não cheguem as imobiliárias, ainda bem que estão nas cimas de dous montes e lá não quer viver muita gente), mas um não pode deixar de se perguntar: o que é que estão a esperar?

    Tuki

  4. Avatar de o'sanma
    o’sanma

    Uma outra história, aliás, “historieta” de castros: http://www.coag.es/proxectoterra/os_pampin.htm (págs. 26-30)